quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Parto

A Júlia estava com previsão para nascer dia 06.08.2010, às 09 horas da manha, havia sido marcada uma cesariana para esta data, uma semana antes da DPP 13.08.2010, em razão de eu ter desenvolvido hipertensão gestacional, no entanto, Naquele dia havia levantado cedo, levado meu marido ao trabalho, feito a ultima ultrassonografia para ver se a Julia estava bem por causa da hipertensão, feito compras, ido a manicure e depiladora, feito alguns congelados para durante o período apos nascimento e a noite, próximo das 21:00 hs comecei a ter umas contrações que foram aumentando a intensidade, até que as 23:40 ao ir ao banheiro, vi que estava saindo o tampão, então liguei para a médica e fui ao seu consultório para ser examinada.

Lá chegando, ela disse que realmente era o tampão e que ela já havia ligado pra Maternidade para remarcar a cirurgia pra o dia seguinte, dia 04.08.10. Nossa, que susto, tudo seria em cima da hora, teria que mudar os papeis que fiz pra licença, perícia e atestados do dia 2, 3, 4 e da licença,  tudo estava com data como se o nascimento fosse dia 06.08. Sem contar que ainda pensava em organizar algumas coisinhas em casa, deixar mais pratos congelados prontos. Só que o receio de ter parto normal (que eu tanto queria) naquele momento era demais, as contrações não paravam e eu fui ficando com medo mesmo. Nossa o estresse é demais, então saber que seria no dia seguinte pra mim foi um alívio, pois percebi que aquele trabalho de parto seria longo e que eu sentiria a dor aumentar aos poucos.

Nem dormimos direito. Saímos do consultório por volta da 00:30, avisei minha mãe e foi difícil dormir com as dores e a ansiedade/medo. Passei a temer tb a cirurgia.

No dia seguinte levantamos as 05:00, tomei o remédio da pressão alta, conforme recomendado pela GO, tomamos banho (não podia comer nada nas 12 horas anteriores por isso ainda bem que comemos mais ou menos cedo pois a cirurgia estava marcada pras 07:00hs), liguei pro pediatra pra avisar da antecipação e fomos pra Maternidade, lá passei pela triagem e fui escolher o quarto onde ficaríamos. Estava frio e escolhi um quarto voltado pro leste por causa do sol, mas não teve sol nem nesse dia e bem mal no dia seguinte, a minha sorte é que estavam reformando alguns e ficamos com um apartamento mais acabadinho, ficamos longe do barulho, apesar de que ele mesmo não sendo novo era muito bom (principalmente o chuveiro).

Me mandaram colocar uma camisola e descer, lá fui eu sem nada, nem óculos, nem chinelo, só roupinha de hospital, pra a sala de cirurgia. La dentro tinha varias salas com um núcleo no meio e em cada uma estava acontecendo uma cirurgia, tinha mais duas cesáreas e logo que fui posta na cama comecei a escutar o choro de um bebe, o Henrique e depois de outra Julia.

Na cama senti as dores das contrações e muito medo tb, medo do corte, da anestesia, nossa como é estressante, fiquei pensando em como é bom ser saudável e não ter que estar em um hospital por nada, ficar seguindo a minha rotininha de vida sem pensar nessas coisas, mas imagino que o parto normal seja um estresse tremendo tb, pois não sabemos quando o bebe vem e é duro sentir dor sem ninguém nem se comover com isso e ter que simplesmente esperar…

Colocaram o soro na veia (não doeu muito), aplicaram a anestesia (foram duas picadas, muito estranhas, eu sentia o liquido indo e circulando pelas minhas pernas enquanto estava sentada, uma sensação ruim, a picada e a sensação, nada impossível, mas na hora a gente tem medo de tudo. A anestesista, Dra. Thaís, ficou ali do meu lado o tempo todo, empurrando o meu útero pra baixo, ela ficou conversando comigo e foi o que me distraiu do medo tremendo, ela me contou que tem 4 filhos e que dos 4, 2 foram por parto normal e 2 por cesárea, e ainda contou outras coisas que não me lembro, mas que me ajudou a ficar distraída e mais tranquila.

E assim fui ouvindo o que os médicos diziam, primeiro rezaram e depois começaram a fazer os cortes nas camadas, demorou e aí me avisaram que  Júlia já ia nascer. Eu senti quando a tiraram de mim, deu um vazio na hora e foi muito emocionante quando ouvi o primeiro chorinho que eu achei que demorou a vir. O pediatra me falou que logo traria pra mim, me mostrou rapidamente e a levou. Meu marido foi atrás, filmou tudo o que aconteceu e pude ver depois, apesar de que a cirurgia propriamente dita eu não tive coragem de assistir ainda.

Logo depois das manobras de pesagem, limpeza, aspiração, retirada de sangue para o exame de incompatibilidade sanguínea (sou rh negativo), a Júlia ainda chorava quando foi posta do meu lado e imediatamente parou quando eu comecei a falar com ela. Muito emocionante. Coisa inesquecível. No momento em que senti tirarem ela de mim me deu vontade de chorar mas consegui segurar, por vergonha mesmo, de chorar na frente de todos, bobagem.

Logo depois a Júlia foi para outra sala para que pudessem me fechar, demorou bastante pra isso. A médica ainda mostrou meus ovários e trompa pro meu marido e fui levada a uma sala de recuperação, ali estavam mais duas mulheres, uma que fez cesárea e outra que havia feito uma operação.

E esperei cerca de uns quarenta minutos para subir para o apto. Fiquei bem acordada e foi bem desagradável ser levada na maca, mais ainda ser colocada na cama, ainda bem que sou saudável e não preciso ficar em hospital , nunca precisei, graças a Deus. Depois disso foi só curtir a minha filha linda, ver os videos e fotos da cirurgia (nao consegui ver o video da cirurgia mesmo ainda, dá agonia)  e curtir as visitas e a alegria dos amigos e familiares. Na maternidade recebi minha amiga Daniela, meu cunhado e minha irma Luciana, minha Tia Nice  e prima Laís. Minha mãe e meu padrastro, minhas amigas Rosa e Solange que trabalham com meu marido, que me trouxeram flores lindas. Foi uma festa. Foi ótimo recebe-los lá nesse momento super especial pra gente.

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